sexta-feira, 23 de junho de 2017

Apresentações teatrais - ato 4

Feras enjauladas

Presas em gaiolas de ferro,
ilusórias no interior de cada ser,
estão animais descontrolados,
ávidos por carne e sangue

Carne dos princípios que dão consistência a inter-relações dos seres humanos em sociedades
Sangue da miríade de sentimentos positivos/profícuos/construtivos que alimentam essa carne

A simples vida em sociedade é mera exibição de tais feras interiores,
que amedrontam quando o ser extravasa em público toda sua animalidade inconsequente,
tensionando canibalizar tudo e todos ao seu redor pelo banal motivo de auto-existência

Mas também fascinam,
por sua beleza,
zelo e graça
Pela simplicidade e busca por ligação,
através do olhar e por meio de feitos de eficiência

Cabe ao domador dessas feras as apresentar graciosas e treinadas,
para que o temor,
tanto da fera com o público quanto do público com a fera,
possa se transformar em conforto e familiaridade

Mesmo assim,
por maior que seja a habilidade do domador,
fera interior alguma se amansa caso não seja sua vontade
Por isso ela precisa ser conquistada

Tenham sempre em mente e coração jamais negligenciar ou desrespeitar uma fera interior,
tanto as próprias quanto as alheias
Que suas jaulas possuam tamanho que lhes permita conforto
Que sua alimentação seja suficiente para evitar rebeldia,
e que seus estados sejam estáveis o suficiente para que sua apresentação seja de qualidade

Uma salva de palmas a esses seres interiores,
que mesclam beleza e temor - Clap, clap, clap!

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