sábado, 24 de janeiro de 2015

Ordem dos fatores

Ordem,irmã mais velha do Caos

A boca humana profere as palavras,
unindo-as de comum acordo em um contexto que faça sentido.
As palavras se ordenam e trazem sentido a uma frase  ou oração.
Mas...
Quem veio primeiro ao mundo: A boca que diz ou a palavra que indica?


Desordem,irmã mais velha da Ordem

As lembranças de uma vida esquecida são pedaços de um panorama absoluto,
que são colocados em uma bela exposição da vida.
Logo,onde há mais sentido: numa fração de verdade abstrata ou num devaneio que é um todo?


Caos,irmão mais velho da Desordem

O dia de amanhã pode vir ou não,
mas sei que ele é pelo menos uma possibilidade.
Tudo caminha para o mais complexo dos desarranjos,
colocando toda palavra,lembrança ou dia na ordem que bem entender.
Mesmo que as bocas percam a fala,que a exposição da verdade seja arruinada,
ou que a impossibilidade da noite de ontem aconteça.

A vida se ordena como ela bem entender,por isso,esqueça se o acontecimento era pra ser hoje,
ontem ou amanhã.
Ignore e no fim tudo acabará começando novamente,na posição que bem quiser.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Translucidez

(A Compaixão) -Oi, tudo bem?
Posso ter duas palavrinhas com você?

Pode parecer estranho, mas...

Lembra-se do barulho fraco, porém irritante, que te incomodou durante o começo do verão?
-Era minha tristeza!

Recorda-se do lampejo de um corpo a cair, logo após o início do outono?
-Eram meus sonhos!

Rememora-se das árvores congeladas, temendo a intensidade do inverno?
-Eram "meus" futuros!


-Obrigado por me ceder parte do seu tempo precioso!

(O Homem) -A primavera acabou de ir embora, e consigo foi o início do florescimento da vida. É uma pena, mas sou indiferente a tudo isso, já que foi-se embora o tempo de sequer notá-la!

domingo, 23 de novembro de 2014

Frustração

Quem és tu, maligna dama
Que preenche os momentos de incerteza
Com nada menos que desapontamentos e fúria?

Você é o começo ou o fim?
É controladora ou marionete?

Pensar em você me faz querê-la mais
Tua intensidade é meu motor

Porém, o caminho para onde isso leva é destrutivo
Pois, para cada pedaço meu que lhe cedo
Nenhum outro toma seu lugar
Ficando somente um vazio ainda maior
Que servirá como moradia futura para toda sua prole

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O nascimento de uma rosa

Com o sangue dos poetas
Exalto a beleza escarlate
Dos longos fios em chamas
Que são capazes de destruírem meu corpo
E expor minha alma        
Tingindo-a  de tom carmesim
Mesmo durante a luta entre os soldados brancos de Eliot
e os soldados negros de Byron
Dentro do meu ser

Espero que (eles) pereçam
E com o rio vivo de suas vidas vazias
Possam preencher a essência de uma rosa
Que seja capaz de aquecer seu coração

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Resolução

Minha oficina particular
Para onde levo todos os meus problemas
A fim de encontrar a peça que melhor se encaixe
E seja capaz de elucidar-me a questão.
Questão esta que é o começo de todos os lamentos
De toda a frustração e fúria:
É o porquê isso preenche o meu vazio.

Penso que o pedaço que me foi tirado
Encontra-se no alvo da minha frustração
Pois para este transfiro parte do meu ser
Por isso é tão doloroso quando empreendo destruí-lo
Porque sem saber destruo pelo menos parte de mim mesmo.

domingo, 24 de agosto de 2014

Um dia quase perdido

Às vezes olho para o dia,
então ele me vê e se esconde.
Quando olho novamente,
percebo que na verdade ele não se escondeu,
e sim que olhei de uma diferente maneira para ele.

O tempo para quando penso,
tento abraçar sem mover meus braços.
O que é o dia quando você não está olhando para ele?
Em primeiro lugar, isso é possível?
Feche os olhos, e transforme o dia naquilo que mais lhe agrada.
Quando abri-los novamente, defronte-se com a realidade,
mas tenha em mente que a parte do dia que você não está olhando diretamente,
só pode ser vista quando seus olhos estão fechados.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Apresentações teatrais - ato 1

Chamas in(c)(s)ipientes

Sejam bem vindos
Ao espetáculo que chamo de vida
Aos acéfalos, prematuros e outros desafortunados
Peço paciência
Pois sua estréia lhe foi negada
Mas de acordo com as conjugações de espiritualidade e humanidade,
Vigentes e paradigmatizadas por nossa raça
Terão outra chance de aparecer, num espetáculo visto por alguns como utópico
E por outros como destino manifesto

Para obterem suas entradas é necessário um rito
De quase quebra de uma das leis da física,
Mediante o choque mecânico, biológico e espiritual da carne

Como primeiro número, trago ao centro do picadeiro
Aquele que é capaz de consumir o calor da vida,
Na forma de chamas de conhecimento
Sei que vocês também o são capazes,
Apesar de não recordarem dos dias de um infante,
Completamente nu de conhecimento (ao menos eu acho)

Mas adverto-os: cuidado com teu futuro no presente
Pois este pode queimar-se ao tocar a chama inapropriadamente
Por isso, conduza-o bem, mostre-o como melhor se alinhar
Para sorver o máximo sem queimar suas extremidades

Por favor, aplausos para aquele que se alimenta da chamas da inspiração e do conhecimento natural!
- Clap, clap, clap! – Fim do 1º ato

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