segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Intermitência

Momentos de espera

Intervalo entre estados

Descanso até a próxima ação

Hora de anúncios

Exibição do restante do quadro

Ida a sala ao lado

Restrição de conjunto

Variação em delta

Espaço entre dois pontos

Página em branco

Distinção entre parágrafos

Intercalação entre início e fim

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O que importa se...

O que importa se...

Sou capaz de contar as 31 gotas penduradas em meu varal
(se a chuva torrencial sempre as faz e desfaz)

Vejo o bater de asas de um pássaro,
e este intenta proteger-se da chuva
(se o mundo é um gigantesco esconderijo aberto,
cujas chaves e trancas se encontram em meus olhos e minha mente)

O prazer da caçada supera o da razão
(se a presa se afugenta em sua casa,
aérea e não-vestigial,
não sabendo que o não saber só é notado por aqueles que sabem)

Sei perder horas comprando minutos e segundos para a vida,
e com essas acrescento ao meu saber tempo escasso
(se o saber se cria no infinito,
e este torna-se pai do finito,
ensinando-o a distância entre sua cabeça e seus pés)

Me amedronto e permaneço fixo em um ponto,
ancorado somente numa ideia de fuga e medo
(se piso no deserto gelado dos sentidos,
tornando dormente os meus pés e mãos,
deixando-me incapaz de poder correr para abraçá-la)

Dou ouvidos a insensatez,
guiado pela loucura e pelo desejo
(se a razão é nítida como a noite tempestuosa,
rápida como um rio represado
e próxima como o outro lado do mundo)

As gotas caem,
trazidas por pássaros até suas casas,
que se encontram no infinito e inóspito outro lado do mundo
(se você se vira e olhe por detrás de suas costas,
e percebe a real distância entre o infinito e o que seus olhos e mãos podem alcançar)

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Oceano

Afogando-me num oceano de pensamentos
Pergunto a profundidade do mar
Que é capaz de me arrebatar
E me levar até o longínquo continente

Terra essa que é o oposto da alegria
Do prazer e da esperança
Que afugenta até o fim

Por isso sinto que começo e meio enlouqueceram
Num círculo vicioso de ápices e retornos
Levando-os para dentro do oceano fundo e denso

domingo, 23 de outubro de 2016

Terror em vida

Sentado,
espero o véu da obscuridade,
acompanhado da última fração de fôlego

Quão bom deve ser ter seu templo enterrado pelas areias  do deserto?

Ela não é conforto,
não é tormento,
nem alívio

Espero que o fio do seu agente,
que para o mundo é silencioso,
venha e ceda a tentação de sua paixão recém engendrada com a pele

Quão merecedores são seus olhos de serem sobremesa para os corvos?

A melancolia é a vida em vida,
pois é o começo do começo de lamentos intermináveis

Nesse aspecto a vida eterna é a morte em morte,
pois é o fim de todos os fins

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Nada, espera e Tudo

Pensar no nada é um grande paradoxo,
visto que ao realizá-lo preenche-se com conteúdo afim,
capaz de negá-lo e,
posteriormente,
subtraí-lo

O conteúdo é a visão do observador,
seja em âmbito literal,
seja em experimentação(ilustração) mental


A espera antes do pensamento é necessária...


O cair da chuva: Ao ouvir os gritos de liberdade mudos e cíclicos da natureza,
veio a mim de sobressalto um impulso incontrolável pela observação e posterior contemplação
A chuva ao precipitar-se transfere o vazio,
que na verdade é preenchido
Parte do reino de Poseidon eleva-se em resposta a Apolo,
alcançando assim o domínio de Zeus
Quando em demasia no firmamento,
ocorre sua eventual queda,
sendo que algumas vezes a ira de Zeus se eleva,
de tal maneira que a confluência da fração de Netuno é temida

Fechando o ciclo dos três,
a partir do reino de Poseidon pode-se chegar ao de Hades,
sendo acreditado que este encontra-se na mesma direção do reino de Poseidon toma ao chegar a Gaia


A espera é necessário antes do próximo pensamento...


A Morte nem sempre é alardiosa,
ou melhor ainda, quando está o é?
O relato é simples: são milhares e incontáveis,
porém são somente um
O uníssono é o todo que quando tratado como o nada a tudo leva
Tente pensar no Todo
O Nada a sua mente vem pela noção da sua indeterminação
O contrário é semelhante
Ou seja: O Todo é buscado pelo Nada,
e este último é preenchido pelo Todo
Quem preenche quem: O silêncio ou o vazio?







A espera antes do encerramento é necessária...

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Verdades naturais

O que é a verdade para a natureza?
Seria um conjunto de normas e regras,
padrões absoluta e arbitrariamente escolhidos?
Não é isso que a mesma demonstra
Sua verdade é o seu ser como estar
Seu fazer e continuar
Seu antes e seu depois, seu agora e seu amanhã

Desde a chuva que cai por simplesmente cair,
complexo é seu movimento, simples são suas palavras,
embora ouvidos surdos disponham-se a ouvi-las

A razão para o acontecer da Mãe Terra, nosso mundo,
é a simplória razão, que dentro da razão torna-se obsessão,
e fora desta simplória divisão, observa-se momento a momento a paixão

Você a toca carinhosamente,
ela retribui
Você a ofende,
ela o agride

Já se perguntou o porque dela machucá-lo,
mesmo quando você pensa que nada fez?
Seria o ciúme, talvez?

Ela se doa por inteiro para você,
e em troca recebe em seu olhar seus flertes com outras paixões,
e por serem vis a esta,
uma ferida é aberta
Suas lágrimas são seu céu chuvoso,
sua fúria é o mar de brasas secas do deserto,
seu fôlego é o vento,
seu destemperos são os tornados
sua alegria é o verdejante florescimento
seu amargor é a esterilidade e a erosão

No fim todos a abraçam,
e Ela,
sem nenhuma hesitação,
retribui calorosamente

sábado, 23 de julho de 2016

Seguro e Equivocado

Confiança no pensar
Estável na sua posição
Restando tão somente
Trilhas bem formadas
Oriundas do próprio convencimento

Entrementes

Engano nas aparências
Rotulação inconsequente
Razão de forma distorcida
Avaliação premeditada
Determinante por conveniência
Objetiva somente aquilo que antagoniza o correto

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