quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Oceano

Afogando-me num oceano de pensamentos
Pergunto a profundidade do mar
Que é capaz de me arrebatar
E me levar até o longínquo continente

Terra essa que é o oposto da alegria
Do prazer e da esperança
Que afugenta até o fim

Por isso sinto que começo e meio enlouqueceram
Num círculo vicioso de ápices e retornos
Levando-os para dentro do oceano fundo e denso

domingo, 23 de outubro de 2016

Terror em vida

Sentado,
espero o véu da obscuridade,
acompanhado da última fração de fôlego

Quão bom deve ser ter seu templo enterrado pelas areias  do deserto?

Ela não é conforto,
não é tormento,
nem alívio

Espero que o fio do seu agente,
que para o mundo é silencioso,
venha e ceda a tentação de sua paixão recém engendrada com a pele

Quão merecedores são seus olhos de serem sobremesa para os corvos?

A melancolia é a vida em vida,
pois é o começo do começo de lamentos intermináveis

Nesse aspecto a vida eterna é a morte em morte,
pois é o fim de todos os fins

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Nada, espera e Tudo

Pensar no nada é um grande paradoxo,
visto que ao realizá-lo preenche-se com conteúdo afim,
capaz de negá-lo e,
posteriormente,
subtraí-lo

O conteúdo é a visão do observador,
seja em âmbito literal,
seja em experimentação(ilustração) mental


A espera antes do pensamento é necessária...


O cair da chuva: Ao ouvir os gritos de liberdade mudos e cíclicos da natureza,
veio a mim de sobressalto um impulso incontrolável pela observação e posterior contemplação
A chuva ao precipitar-se transfere o vazio,
que na verdade é preenchido
Parte do reino de Poseidon eleva-se em resposta a Apolo,
alcançando assim o domínio de Zeus
Quando em demasia no firmamento,
ocorre sua eventual queda,
sendo que algumas vezes a ira de Zeus se eleva,
de tal maneira que a confluência da fração de Netuno é temida

Fechando o ciclo dos três,
a partir do reino de Poseidon pode-se chegar ao de Hades,
sendo acreditado que este encontra-se na mesma direção do reino de Poseidon toma ao chegar a Gaia


A espera é necessário antes do próximo pensamento...


A Morte nem sempre é alardiosa,
ou melhor ainda, quando está o é?
O relato é simples: são milhares e incontáveis,
porém são somente um
O uníssono é o todo que quando tratado como o nada a tudo leva
Tente pensar no Todo
O Nada a sua mente vem pela noção da sua indeterminação
O contrário é semelhante
Ou seja: O Todo é buscado pelo Nada,
e este último é preenchido pelo Todo
Quem preenche quem: O silêncio ou o vazio?







A espera antes do encerramento é necessária...

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Verdades naturais

O que é a verdade para a natureza?
Seria um conjunto de normas e regras,
padrões absoluta e arbitrariamente escolhidos?
Não é isso que a mesma demonstra
Sua verdade é o seu ser como estar
Seu fazer e continuar
Seu antes e seu depois, seu agora e seu amanhã

Desde a chuva que cai por simplesmente cair,
complexo é seu movimento, simples são suas palavras,
embora ouvidos surdos disponham-se a ouvi-las

A razão para o acontecer da Mãe Terra, nosso mundo,
é a simplória razão, que dentro da razão torna-se obsessão,
e fora desta simplória divisão, observa-se momento a momento a paixão

Você a toca carinhosamente,
ela retribui
Você a ofende,
ela o agride

Já se perguntou o porque dela machucá-lo,
mesmo quando você pensa que nada fez?
Seria o ciúme, talvez?

Ela se doa por inteiro para você,
e em troca recebe em seu olhar seus flertes com outras paixões,
e por serem vis a esta,
uma ferida é aberta
Suas lágrimas são seu céu chuvoso,
sua fúria é o mar de brasas secas do deserto,
seu fôlego é o vento,
seu destemperos são os tornados
sua alegria é o verdejante florescimento
seu amargor é a esterilidade e a erosão

No fim todos a abraçam,
e Ela,
sem nenhuma hesitação,
retribui calorosamente

sábado, 23 de julho de 2016

Seguro e Equivocado

Confiança no pensar
Estável na sua posição
Restando tão somente
Trilhas bem formadas
Oriundas do próprio convencimento

Entrementes

Engano nas aparências
Rotulação inconsequente
Razão de forma distorcida
Avaliação premeditada
Determinante por conveniência
Objetiva somente aquilo que antagoniza o correto

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Mudança

O cenário é capaz de se reinventar quando fecho meus olhos,
ou meus olhos se reinventam e alteram o cenário?

Sons antes inaudíveis tornam-se audíveis,
ou sua pequenez em amplitude deixou de ser ignorada?

O vento frio galga por minha perna, sublevando o calor interno,
ou o calor interno ganha liberdade por ocasião da guerra inerente da temperatura com a
natureza?

Cheiros tomam-se de assalto,
ou o mar das fragrâncias invade agora em sentido à fidelidade?

Os sabores do mundo são dos mais diversos, e todos iguais: Os seus!
Por isso, viva a sua vida singular,
deixe no plural as diferenças,
no indicativo os amores,
no subjuntivo sua fé
e no imperativo suas tristezas.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Paranoia

Olhos e ouvidos em todo lugar
ainda que não os veja,
ou mesmo os ouça,
eles ainda estão lá

O que então fazer?
a permutação é necessária
troque os ouvidos pelos olhos
e perceba o que acontece

Primeiro estágio
os gestos falam com você
a carência da audição se faz presente,
mas o que prefere: Prisão alheia
ou um pedaço de liberdade?

Segundo estágio

A percepção aguçada fica
o estágio inicial da visão evolui
e os demais, como o tato,
a seguem

Terceiro estágio
Os ouvidos surdos e as vozes mudas voltam a me visitar
todo o aprendizado anterior é perdido
começo a ficar surdo dos olhos

Quarto estágio
Fuga
Escuridão
Medo

No fim, a constatação:
meus olhos, ouvidos e tato
estão ficando loucos

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