Às vezes olho para o dia,
então ele me vê e se esconde.
Quando olho novamente,
percebo que na verdade ele não se escondeu,
e sim que olhei de uma diferente maneira para ele.
O tempo para quando penso,
tento abraçar sem mover meus braços.
O que é o dia quando você não está olhando para ele?
Em primeiro lugar, isso é possível?
Feche os olhos, e transforme o dia naquilo que mais lhe agrada.
Quando abri-los novamente, defronte-se com a realidade,
mas tenha em mente que a parte do dia que você não está olhando diretamente,
só pode ser vista quando seus olhos estão fechados.
Satisfeito com o que você vê no espelho? Sim, estou falando da sua imagem refletida nele.
Se sim, muito bem. Esse é um passo importante até você mesmo.
Se não, bem vindo ao mundo!
Nele há imperfeição e desordem, mas parece que para você elas nunca acabam.
Antes, pensava que as mídias eram nossos olhos, por nos mostrarem sempre o que há no exterior de cada um.
Ledo engano!
Elas são as nossas peles, pois cada vez que as observamos, vemos nossas imperfeições superficiais.
Mas
não há motivos para se preocupar com... digamos... uma pequena ruga
chamada "experiência de vida". Basta visitar uma boa Loja de Corpos,
pois nestas são vendidos excelentes enxertos. Basta um ajuste ali e
outro aqui para tornar você um cidadão decente e plenamente apresentável
para a sociedade.
Por último, não se preocupe com o
pagamento, pois pela singela bagatela do conteúdo das suas órbitas
oculares, as Lojas de Corpos podem remoldá-lo por completo!
Mediante uma situação na qual procuro ganho por intermédio da comoção de terceiros, busco expor e enaltecer exacerbadamente os assim ditos erros do "alvo", posições conflitantes e afins, na tentativa de obter vitória através do desmerecimento alheio. Almejando tal posição, escondo deliberadamente meus defeitos, que seriam no caso posições conflitantes de autoria própria.
Simplificando: Quero convencer, mas não quero me expor, pois minhas atitudes exageradas são explicadas, ou irrelevantes.
Ao que parece quanto mais às sociedades modernas crescem, no
sentido tecnológico e social, mais aparentam buscar justificativas não pelas causas,
e sim pelos efeitos. De acordo com a ciência, mais precisamente o método
científico, a observação primeira é sobre os efeitos, para posteriormente
formar-se um modelo das explicações causais. O princípio é simples: observa-se
o efeito, determinam-se as causas. Depois, sabendo-se das causas, comparam-se
os efeitos ao do modelo.
Em questões não científicas, deve-se indagar: qual é o modelo
(o parâmetro comparativo)?
O politicamente
correto tenta encaixar os efeitos nas causas ao seu bel prazer, utilizando-se
no processo de sofismas, vieses e falácias das mais diversas. O importante não
é a análise de uma situação baseada em um modelo, e sim como causar comoção,
evitando que seus exemplos e justificativas sejam minados blindando-os com
preceitos que vão de encontro com outros: o bem-estar humano (segurança) acima
do livre-arbítrio (o direito de escolha). ”O bem-estar humano tem de estar
acima disso, então, de que maneira pode privilegiá-lo? Já sei! Escolho um grupo,
coloco em destaque e insiro um problema social bastante difuso, de maneira
que,quando conjugá-lo com meu preceito escolhido,ele se potencializará e será
uma verdade absoluta, mesmo que não o seja.”
Os pontos levantados podem até ser pertinentes, porém, o que
não vem a ser é a sua magnitude e a situação em questão. A manipulação
do contexto é outra chave importante para a persuasão.
É como um bom truque de mágica: Prenda a atenção da platéia
e faça parecer que a mão é mais rápida que o olho.
Nos tempos que vivemos a informação chega de maneira rápida
e massiva, porém, nos é ensinado implicitamente que se deve observar essa
montanha de informações de maneira superficial, pois o importante é a
quantidade e não a qualidade.
Indague-se, pergunte-se, pause, respire, medite, pense. Se o
tempo é algo realmente sem controle, algo que você está perdendo a cada fração
de pensamento, a cada fôlego, se entregue a isso! Não se guie por fatos aparentemente óbvios que são formados por grupos de pressão que querem somente que você concorde com eles, não importando suas inclinações e linhas de pensamento. A sua coordenação de idéias é tão densa quanto o próprio ar que respira. Não tente agarrar o ar com as
mãos, e sim o analise, sinta-o e pense com sua própria cabeça, para que assim
possa determinar qual será seu curso !